Credores podem assumir empresas do Grupo João Lyra em AL e MG, diz juiz que decretou falência


O juiz Marcelo Tadeu, relator da ação que culminou no decreto de falência do Grupo João Lyra, informou que o empresário pode perder o controle das usinas. Segundo o magistrado, o processo de falência do grupo, caso seja mantido pela Justiça, será iniciado pelo juiz da Comarca de Coruripe, Sóstenes Alex, titular da ação.

“No decorrer normal de um processo de falência, o dono do grupo perde o comando das empresas. Os credores acabam por assumir os negócios e delegam a tarefa de conduzir o processo de falência a um grupo de pessoas”, explicou Marcelo Tadeu.

A defesa do grupo João Lyra já afirmou, em nota enviada à imprensa, que vai recorrer da decisão da 3ª Câmara Criminal junto ao presidente do Tribunal de Justiça (TJ/AL), Sebastião Costa Filho. No documento, o posicionamento da 3ª Câmara foi classificado pelo grupo como “equivocado e desprovido de qualquer sensibilidade social e econômica”, já que mais de 40 mil famílias podem ser impactadas. Caso o recurso seja negado, o processo retorna ao juiz Sóstenes Alex.

De acordo com o juiz Marcelo Tadeu, uma das primeiras ações é afastar, além do dono, os diretores das empresas que tiveram a falência decretada. Além disso, é feito o levantamento do patrimônio das empresas, para que se saiba o que pode ser alienado para o pagamento das dívidas existentes e dos funcionários.

Com os donos e diretores fora do poder, os administradores nomeados pelos credores trabalharão para quitar os débitos e evitar que as empresas fechem. “O processo de falência é justamente para evitar o fechamento das empresas e suas consequências”, destacou o juiz Marcelo Tadeu, que substitui a desembargadora Nelma Padilha.

Informações obtidas dão conta que uma reunião entre a Justiça e credores já estava marcada para o dia 8 de outubro.


Entenda o caso

Por não quitar uma dívida superior a R$ 1,2 bilhão junto a diversos credores, a Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) decretou a falência da Laginha Industrial S/A e de todas as suas empresas associadas, pertencentes ao Grupo João Lyra.

Foram afetadas pela decisão todas as usinas do grupo pertencente ao deputado federal João Lyra – Laginha, Guaxuma e Uruba, em Alagoas; e Triálcool e Vale do Paranaíba em Minas Gerais. A concessionária de veículos Mapel, a LUG Taxi Aéreo e as empresas de comunicação do Grupo JL não estão incluídas no decreto de falência.

Após a decisão da Justiça ser divulgada nos portais de notícias alagoanos, o grupo enviou uma nota à imprensa, afirmando que irá recorrer da decisão.

Fonte: tudonahora.com.br

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